Quadrilha é presa no São Francisco

    Nove pessoas foram presas na Vila Cutia, localizada no bairro São Francisco.Entre eles, quatro menores e uma mulher.

    Com o bando a polícia apreendeu drogas, celulares, uma faca, uma tesoura e uma balança de precisão.Todos foram autuados por tráfico de drogas e associação ao tráfico.

    A polícia informou ainda, que dois dos nove presos já são velhos conhecidos da polícia pela prática de homicídios, assaltos e trafico, são eles: “Maurinho” e “Carioca”.

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    Maioria dos presos de Pedrinhas acaba com greve de fome

     por Redação (GI Portal)

    A maioria dos presos do Complexo Prisional de Pedrinhas, que estavam em greve de fome desde o inicio da semana, resolveram voltar a comer na noite desta quarta-feira (15).

    De acordo com Companhia de Policiamento Especializado, criado recentemente com a mudança do Comando Geral da Policia Militar (CPE), uma espécie de BOPE do Rio de Janeiro, dos pavilhões que haviam aderido à greve de fome, apenas um ainda mantém o protesto.

    No Sistema Prisional de Pedrinhas os presos dos Presídios São Luís 1 e 2, Centro de Detenção Provisória, voltaram a se alimentarem.

    Também no Centro de Custódia de Presos de Justiça do Anil, que também haviam aderido ao protesto por imposição das facções criminosas também encerraram a greve de fome.

    De acordo com a Administração do Sistema Prisional na capital mais de 100 presos haviam aderido a greve de fome.

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    Presos fazem ameaças audaciosas por telefone de dentro da CCPJ de Pedrinhas

    Um detento conseguiu, através de um aparelho celular, ligar para o programa Manhã Difusora, da Rádio Difusora AM 680, e falar ao vivo com o apresentador Silvan Alves.

    Durante a conversa, o preso da Central de Custódia de Presos de Justiça de Pedrinhas fala sobre a greve de fome, anunciada aos quatro cantos do mundo, denuncia maus tratos e faz sérias ameaças aos policiais militares. Ele garante que os presos vão “quebrar geral” se não tiverem reivindicações atendidas.

    Veja o vídeo com a conversa gravada, que foi exibida no programa Bandeira Dois, da TV Difusora.

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    Detentos continuam com greve de fome e exigem saída da PM de Pedrinhas

    Um protesto que começou na última segunda-feira (13) durante a visita da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal ao Complexo Penitenciário de Pedrinhas,  não tem dia previsto para terminar.

    Mais de 100 detentos de três pavilhões da Central de Custódia de Presos de Justiça de Pedrinhas (CCPJ), anunciaram greve de fome e desde então, exigem que o Batalhão de Choque da Polícia Militar deixe o presídio.

    O certo é que desde que a PM assumiu o comando da segurança no sistema carcerário diversas apreensões e prisões foram feitas. Entre os objetos mais apreendidos estão armas brancas, celulares e chips. A maioria das prisões feitas são de mulheres de detentos.

    Nesta terça-feira (14) um ex-detento e pastor foi preso ao tentar entrar no Presídio São Luís com uma lâmina escondida no sapato. José Luis Nery, foi conduzido para o 12° Distrito Policial, no Distrito Industrial de São Luis, mas foi liberado em seguida.

    Por conta da greve de fome anunciada uma comitiva liderada pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pela Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) farão visita à Pedrinhas.  A comitiva pretende intermediar o diálogo dos presos com o governo do estado. A data ainda não foi divulgada.

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    Vítimas de ataques a ônibus apresentam melhoras

    Segundo informações da assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde, três das quatro vítimas que escaparam da morte, em ataque a ônibus ocorrido na sexta-feira (3) na Vila Sarney Filho, já apresentam melhoras.

    O homem que tentou salvar a menina Ana Clara, de seis anos, Márcio Ronny da Cruz, já está respirando sem ajuda de aparelhos, mas não tem ainda previsão de alta. Ele foi transferido para o Hospital de Queimados de Goiânia e não está mais na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

    Com 70% do corpo queimado, Márcio já passou por duas cirurgias de retirada de pele.

    Juliane Carvalho, mãe de Ana Clara, permanece em estado grave. Ela foi transferida para o hospital da Asa Norte, em Brasília e também não tem previsão de alta.

    A filha Lorrane Beatriz, de um ano e meio, apresentou melhoras significativas e segundo médicos poderá ter alta nesta quarta-feira (15), após feitos os curativos.

    Com 10% do corpo atingido pelo fogo, Abiancy Sousa ainda será avaliada e só depois os médicos poderão falar algo sobre sua alta.

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    Detentos com problemas mentais dormem em ginásio em Pedrinhas, no MA

    Beira a loucura, mas Dinaleia de Jesus Mendes, 41, está em busca de uma cela -um xadrez, como prefere dizer- para seu filho.

    Sob a tutela do Estado, Eugênio de Jesus Souza, 25, nem sequer tem direito a um lugar atrás das grades.

    Dinaleia de Jesus Castro Mendes, 41, mãe de detento com transtorno mental em São Luís (MA)Dinaleia de Jesus Castro Mendes, 41, mãe de detento com transtorno mental em São Luís (MA)

    Segundo a família, ele e outros 13 presos, todos com diagnóstico de doença mental, dormem na quadra do presídio São Luís 1, um dos que compõem o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, o maior do Maranhão.

    Sem a proteção de uma cela, Eugênio está submetido ao vento e ao frio -e Dinaleia desabafa: “Está chegando o inverno, fico preocupada de ele pegar uma pneumonia”.

    O presídio São Luís 1 foi projetado para 102 homens, mas está atualmente com 250.

    Outra razão para o abrigo improvisado, segundo a mãe, é evitar que pacientes psiquiátricos se misturem aos detentos do Bonde dos 40, facção da capital rival da PCM (Primeiro Comando do Maranhão), do interior do Estado.

    A mãe resume a rotina diária de Eugênio: “dorme na quadra, almoça, janta, merenda, tudo na quadra”.

    Eugênio está há dois meses no presídio. Antes, passou internado a metade do ano no hospital psiquiátrico Nina Rodrigues, em São Luís. A mãe diz não entender por que o filho recebeu alta.

    Ele pede a Dinaleia que lhe consiga uma cela, “de preferência na ala dos crentes [evangélicos]”. Assim, Eugênio poderá receber visitas da mulher e dos dois filhos.

    SEM INTERNAÇÃO

    A mistura de doentes mentais com outros detentos não se limita às queixas de parentes. Relatório do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) já denunciava a falha em 2011.

    O documento apontava ausência de local adequado para presos com transtornos mentais. Mais: juízes afirmaram que havia hospitais psiquiátricos que se recusavam a receber pacientes porque o Estado possuía “dívida vultosa” com essas instituições.

    Além de espaço, faltam também remédios para controlar surtos em pacientes, segundo a Defensoria Pública do Estado do Maranhão.

    Os presídios, conforme a denúncia, passaram três meses em 2013 sem ofertar psicotrópicos a quem tinha prescrição médica. E o efeito foi imediato: sem medicação, um detento fora de controle quebrou uma grade.

    Procurado, o governo do Maranhão informou que os detentos estão num salão que foi adaptado, “com a devida estrutura”, e também têm direito ao banho de sol.

    Segundo o governo, todos serão transferidos assim que forem concluídas as reformas em uma ala do Hospital Estadual Nina Rodrigues.

    A Secretaria de Estado da Saúde diz que não tem dívida com clínicas psiquiátricas.

    Da Folha de S. Paulo

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    Presos fazem greve de fome coletiva em Pedrinhas, no Maranhão

    A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal se reuniu com a governadora Roseana Sarney e o Comitê Gestor de Ações Integradas do Governo do Maranhão, no Palácio dos Leões, em São Luís. Esta é a última reunião da agenda da comissão nesta segunda-feira (13).

    Antes, os parlamentares participaram de reunião no Tribunal de Justiça do estado, onde receberam relatório do TJ sobre o último mutirão carcerário e outros documentos sobre a situação do sistema prisional do Maranhão. Um pouco mais cedo, eles visitaram as instalações do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, durante duas horas, aproximadamente.

    A senadora Ana Rita (PT), que preside a comissão, conversou com os presos. Uma greve de fome coletiva foi iniciada na manhã desta segunda-feira (13) em três pavilhões do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

    De acordo com assessoria do Senado, o objetivo da visita à capital maranhense é verificar a situação do sistema carcerário do estado. Estão em São Luís a presidente da CDH do Senado, senadora Ana Rita (PT-ES) e o vice João Capiberibe (PSB-AP), além de Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Humberto Costa (PT-PE). Os senadores maranhenses Edinho Lobão Filho (PMDB-MA) e João Alberto (PMDB-MA) também fazem parte do grupo.

    OAB

    Durante a manhã, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Maranhão (OAB-MA), Mário Macieira, defendeu a retirada da Polícia Militar do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em reunião com a Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal, na sede da OAB-MA, em São Luís.

    “Estamos recebendo denúncias por conta da atuação da PM que merecem ser apuradas. Em princípio, a OAB é contra a militarização do presídio e defende que a segurança seja feita por agentes penitenciários concursados. É uma proposta, mas ainda não foi discutida”, disse Macieira.

    Já para o senador maranhense Lobão Filho (PMDB), a preocupação com os direitos humanos dos presidiários é um “equívoco”. Ele criticou a atuação da Comissão de Direitos Humanos do Senado.

    Lobão Filho disse que a “prioridade absoluta” da comissão deveria ser com as vítimas – como a menina Ana Clara, que morreu após incêndio de um ônibus na capital maranhense. Em seguida, segundo ele, deveriam estar nos policias que foram agredidos durante as ações criminosas dentro e fora do presídio.

    Do G1

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    A cúpula da PM está insatisfeita com o Secretário Aluísio Mendes

    É isto mesmo! A cúpula da polícia militar do Maranhão está insatisfeita com o secretário Aluísio Mendes.

    O alto comando da PM condena a atitude do secretário de segurança ao dar sucessivas declarações à mídia ressaltando seu trabalho, o das “Forças de Segurança” do Estado e as “operações conjuntas” das polícias civil e militar, na segurança dos presídios e na pronta resposta aos atentados das facções criminosas. Ora! Todos sabem que a única força que está trabalhando nos presídios é a polícia militar.

    Todos sabem que foi o Serviço de Inteligência da Polícia Militar que conseguiu identificar e prender, em menos de 36 horas, dezenove dos envolvidos nas ações criminosas promovidas em nossa capital, inclusive naquelas contra as delegacias da polícia civil.

    Todos observam que é a polícia militar que está ainda mais presente nas ruas, buscando garantir a segurança do povo maranhense.

    Para tanto, a jornada de trabalho dos policiais militares foi ampliada, ficando ainda mais dura e perigosa. Nenhum policial militar está insatisfeito por estar trabalhando mais. O que está deixando o alto comando insatisfeito são as declarações do próprio secretário de segurança e de integrantes de outras “Forças de Segurança” querendo dizer que estão fazendo o trabalho que, na verdade, está sendo feito pela polícia militar.

    “A Cesar o que é de Cesar”!

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    Tiroteio resulta na morte de três menores infratores

    Um confronto entre policiais do Serviço de Inteligência da Polícia Militar e bandidos resultou na morte de três infratores.

    Foram assassinados Tio Ted, Macaco e Bananinha. Os três menores  fugiram na semana passada da Fundação de Ressocialização no Alto da Esperança, na área Itaqui-Bacanga.

    Bananinha era conhecido da polícia e tinha vários crimes de homicídios nas costas.

    O confronto entre a polícia e os infratores ocorreu na área Itaqui-Bacanga.

    Um policial militar só não morreu no confronto por causa do colete balístico.

    Veja abaixo as fotos dos criminosos mortos:

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    PM nos presídios dificulta entrada de armas e drogas no Complexo Penitenciário de Pedrinhas

    Desde que policiais militares passaram a reforçar o policiamento no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no dia 27 de dezembro do ano passado, várias armas e entorpecentes foram apreendidos.

    De acordo com o Comandante do Policiamento Especializado,Coronel Ivaldo Barbosa, aproximadamente 600 armas brancas, 8 Kg de drogas,70 celulares, 21 munições calibre 38, 1 pistola 380 com 11 munições foram apreendidos dentro dos presídios que compõem o Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

    Deste total, 90% foi apreendido dentro das celas, o restante durante revista aos visitantes dos presos. Cerca de 15 pessoas foram presas tentando entrar com armas, drogas e diversos objetos nos presídios.

    As revistas nas celas são feitas todos os dias e por mais de uma vez. Ao todo, 70 policiais militares estão trabalhando dentro das unidades prisionais.

    Os líderes das facções criminosas não estão gostando nem um pouco do trabalho desenvolvido pela PM no Complexo de Pedrinhas.

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    Filha de vereador de Conceição do Lago Açu mata jovem com facada no peito

    Luana e Lorinho, morto com uma faca no peitoLuana e Lorinho, morto com uma faca no peito

    Uma tragédia abalou o município de de Conceição do Lago Açu neste fim de semana. A estudante Luana, filha do vereador Placido de Jesus Silva Sirqueira, de 59 anos, conhecido como Pacico,  é acusada de ter desferido uma facada mortal em um rapaz conhecido por “Loirinho”. Ele chegou a ser socorrido na ambulância da Prefeitura que o levou às pressas para hospital de Bacabal, porém, veio a óbito próximo a Lago Verde.

    Ainda estão sendo apurados os detalhes do crime, mas segundo as informações de populares, “Loirinho” era um rapaz que trabalhava em comércios de materiais de construções, fazendo entregas, e visivelmente sofria com problemas neurológicos, mas não tinha relato de ser agressivo. Loirinho sofria de um peculiar transtorno: de tempo em tempo, ele se apaixonava, ou se iludia por determinada mulher na cidade, e a importunava com seus galanteios. Ultimamente, a vítima da “paixão” do entregador de materiais de construção era Luana, uma jovem bonita, acadêmica de enfermagem da FEBAC e filha de um conhecido vereador da região.

    No dia do crime, “Loirinho” encontrou Luana na casa da irmã dela. Os dois começaram uma brincadeira, que desaguou numa ríspida discussão, “Loirinho” acabou agredindo a moça. Em decorrência, Luana, se armou com uma faca que estava próxima e desferiu um único golpe no peito de “Loirinho”. Ele morreu ainda à caminho do hospital.

    Luana, depois do ocorrido, desapareceu da cidade para não ser presa. O corpo de “Loirinho” foi velado em Conceição do Lago Açu.

    Com informações do Portal Surgiu

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    Presidente da CDH da OAB-MA acusa sindicato de agentes por mortes e rebeliões em Pedrinhas

    Antonio Pedrosa, presidente pela terceira vez da Comissão de Direitos Humanos da OABAntonio Pedrosa, presidente pela terceira vez da Comissão de Direitos Humanos da OAB

    Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-MA, o advogado Luís Antônio Pedrosa, acusa o Sindicato dos Agentes Penitenciários de ser os responsável pelas mortes e rebeliões ocorridas no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. O sindicato é presidido por Antônio Benigno Portela.

    Veja trechos da entrevista abaixo.

    Estadão – Por onde o senhor começaria a análise dessa crise do sistema prisional maranhense? Pela concentração de presídios na capital?

    Pedrosa – Há um caldo de motivações para isso, entre elas uma dívida histórica que se aprofundou muito neste governo. Faz mais de dez anos que as instituições que monitoram o sistema penitenciário prenunciam a falência desse modelo. É preciso descentralizar os presídios para que os presos do interior não sejam obrigados a vir para cá e se associarem a uma organização criminosa para se defender. O governo parou.

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    Estadão – Por que parou?

    Pedrosa – Em entrevista recente, a governadora disse que o dinheiro foi devolvido ao departamento penitenciário nacional por causa de entraves burocráticos para a concepção dos projetos. A verdade é que não há gestão política preocupada com o problema prisional. Primeiro porque prisão não dá voto. Segundo porque ali estão os mais pobres. Terceiro porque há uma cultura que acha que os presos têm é que se matar dentro da cadeia, não é problema da sociedade. Mas hoje a sociedade está aterrorizada porque percebeu que essa violência pode fugir de controle. É o que está ocorrendo. E que era previsível que ocorresse.

    Estadão – A partir de quando a violência fugiu de controle? Houve um estopim?

    Pedrosa – Como o método de trabalho deste governo é sempre jogar a responsabilidade em alguém, nessa mesma entrevista a governadora responsabilizou, entre outros setores, um segmento corrupto dos agentes penitenciários, cujo presidente de sindicato na verdade está ligado ao grupo Sarney. É um sindicato que defende a tortura e foi ele quem entregou, em dezembro, um vídeo fajuto ao CNJ de um homem agonizando com uma perna esfolada, após suposta sessão de tortura em Pedrinhas.

    Estadão – A troco de quê o sindicato teria feito isso?

    Pedrosa – Com o intuito de derrubar o titular da pasta da administração penitenciária, Sebastião Uchôa, que defende a metodologia de presídio da Apaq (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados), entidade católica que propõe a gestão das penitenciárias pelos próprios presos. A Apaq foi testada em São Paulo e Minas Gerais e diminuiu muito a violência e o índice de fuga. Essa visão de ressocialização entrou em confronto com esse segmento dos agentes penitenciários, ainda mais quando se descobriu a corrupção endêmica que havia dentro dos presídios. Uchôa substituiu os diretores ligados aos sindicatos e aí, coincidentemente, começaram as mortes. Claro que, se não houvesse facções, elas não tinham começado. Mas as facções foram organizadas com o apoio desses segmentos de agentes.

    Estadão – Há apenas duas facções no Estado inteiro?

    Pedrosa – São duas as principais: o PCM e o Bonde dos 40. O PCM é um regional do PCC, mas com métodos diferentes. Ele organizou os presos do interior do Estado a partir da Cadet, cujas lideranças foram para presídios de segurança máxima no sul do País e de lá voltaram afiliadas ao PCM. Aliás, é por isso que a transferência de cabeças para esses presídios não resolve. É uma estrela no uniforme, um galardão, que afirma uma lógica inversa para o senso comum. O preso com passagem em presídio federal volta articulado com facções nacionais e referenciado pela massa carcerária para liderança.

    Estadão – Como se articula o Bonde dos 40?

    Pedrosa – O Bonde dos 40 Ladrão, como eles se chamam, no singular, representa os presos da capital. Ele conseguiu rapidamente aparelhar um exército de associados e seus crimes são mais espetaculares em termos de violência que os do PCM. Mas já existe uma dissidência do Bonde, o Comando da Ilha, mais agressivo, atuando dentro e fora do presídio. E há os Anjos da Morte, um grupo diminuto, muito discreto e que não participou até hoje de rebelião nenhuma. Veja que qualquer triagem de presos se torna frágil diante dessa diversidade.

    Estadão – As mortes podem estar acontecendo também devido a uma triagem malfeita?

    Pedrosa – Sim, malfeita e precária, porque não é uma triagem científica que verifica o perfil do apenado, a trajetória dele, as incompatibilidades que acumulou ao longo da vida criminal. Isso exige equipes multidisciplinares, deveria integrar um serviço de inteligência para que essas informações pudessem ser socializadas a ponto de resgatar dados que a assistência social não teria previamente. Mas é realizada de forma amadora e produz morte.

    Estadão – Existem muitos presos aguardando julgamento no Estado?

    Pedrosa – Estamos entre os sete Estados onde o número de presos provisórios é maior que o de definitivos. É uma vergonha e um escândalo, que não diz respeito apenas ao Executivo, mas principalmente ao Judiciário. É a ele que cabe julgar, de forma célere, os processos criminais. E já morreu preso nas rebeliões cuja única acusação que pesava sobre ele era o não pagamento de pensão. Há pouco tempo também morreu um receptador de pneus. Antes do final do ano, encontrei em Pedrinhas um homem acusado de roubar um saco de cimento. Ele está lá correndo risco de vida, porque esses presos de menor periculosidade geralmente são alvo de violência.

    Estadão – Causou choque o vídeo em que três homens aparecem degolados no complexo. A prática da degola é comum nos presídios maranhenses?

    Pedrosa – Já tínhamos ocorrência de degola, mas em 2010 ela passou a ser sistemática, e um dos envolvidos era um índio guajajara. Ele tinha sido preso em Pedrinhas em razão de um homicídio no município de Barra do Corda, ainda muito jovem. Era a primeira vez que tinha saído da aldeia para visitar a cidade, onde teria se embriagado na companhia de amigos não índios e matado alguém durante uma briga. Em função do sotaque carregado, passou a ser estigmatizado no presídio, e se afirmou por demonstrações sucessivas de coragem e de violência. Segundo outros presos, ele teria iniciado o ritual macabro da degola, com as vítimas ainda vivas. Entrou por um crime que o manteria lá por 4 a 6 anos e já estava com mais de 20 de pena quando o encontramos. Foi transferido para um presídio de segurança máxima em Mato Grosso do Sul. O ritual, enfim, passou a ser uma assinatura das facções, simbolizando o terror como espetáculo para divulgação de suas práticas e intimidação dos adversários.

    Estadão – O senhor conhece mais vídeos de terror feitos em Pedrinhas?

    Pedrosa – Quando o juiz recebeu aquele vídeo falso do sindicato, eu disse que tínhamos vídeos piores. Num deles o preso teve o olho extraído e jogado ainda pulsando na direção de uma juíza que negociava as reivindicações; em outro abriram o tórax de um preso, tiraram o coração, deceparam seu pé e o colocaram dentro da cavidade. Entrar num presídio logo após uma rebelião é encontrar vísceras.

    Estadão – E por que não divulgaram essas imagens?

    Pedrosa – Porque essa inscrição de crimes era uma mensagem deles, e não queríamos ser instrumento para que chegasse à população. Mas eventualmente isso está no YouTube, como estão os raps do Bonde dos 40 sobre o imaginário do crime, que é o método deles de atingir a juventude, de cativar aqueles que estão completamente abandonados pelas políticas públicas. Somos a capital de Estado com a maior concentração de jovens, cerca de 40% da população. Essas pessoas são pobres, o direito à educação é constantemente violado, os colégios são de péssima qualidade e a perspectiva mais promissora na cabeça de um adolescente de periferia é integrar uma organização criminosa ou um grupo criminoso, porque pelo menos ali ele consegue impor o respeito que a sociedade não lhe dá. Isso é um fator que agravou sobremaneira a violência no Estado, e hoje as facções criminosas arregimentam nos seus quadros principalmente essa juventude.

    Estadão – O senhor acredita que a presença da Tropa de Choque no Complexo de Pedrinhas tende a arrefecer a violência?

    Pedrosa – Não, pelo contrário, pode até agravar. A polícia não foi adestrada para lidar com pessoas presas, a polícia foi adestrada para prender. Tem que dialogar com o preso a partir de outro referencial: a expectativa dele na prisão, os medos, os limites, a violência, que é outra lá dentro. O Brasil nunca investiu numa polícia desse tipo. A nossa é um fracasso em termos de atuação tendo como referencial a dignidade das pessoas. O referencial é a pressuposição de que o cara é bandido. E, sendo um bandido, tem que ser tratado como tal.

    Estadão – Com a morte de Ana Clara, esse referencial tende a ganhar força?

    Pedrosa – Isso aterrorizou mais ainda a população. Não à toa, o senador João Alberto estava no velório da menina, prestando condolências. Ele se notabilizou pela chamada Operação Tigre, que matou muita gente no sul do Maranhão, criminosos e inocentes. Um segmento da população, a do bandido bom é bandido morto, quer a volta dele. Isso tudo tem a ver com presídio. Somente uma visão como essa é que sustenta o modelo prisional do extermínio. Prisão é para morrer lá, abandonado.

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