Por Luis Cardoso

Nascido e criado no bairro do João Paulo, sempre vou ao meu lugar de origem para conversar com pessoas e rever os amigos de infância. Em 2014, no dia 29 de junho, estive no Calçadão onde é realizado todos os anos festejos juninos. Foi uma triste noite. 

Braian (camisa azul) e o comparsa presos uma semana antes de assaltar no João Paulo o jornalista Luis Cardoso

Estava sentado conversando com uma amiga e tomando um mingau de milho e comendo manuê. O Calçadão estava lotado. Um bandido se aproximou e com uma faca enorme nas mãos colocou no meu pescoço e pediu o que olhou: cordão e pulseira de ouro. Disse-lhe que retirasse as joias. Foi o que ele fez apressadamente e saiu correndo numa carona de bicicleta.

Entrei no carro e dei uma volta pela lateral na tentativa de atropelar o ladrão, mas dado ao número de pessoas na rua, não foi possível. Liguei para um militar amigo e em poucos minutos chegou uma viatura da PM. Fui com os dois policiais percorrendo vários pontos mais próximos do local, inclusive nas proximidades de pontos de tráfico, onde esse tipo de ladrão costuma negociar produtos de assalto.

Não o localizamos. Como era um final de semana e a Delegacia do João Paulo não abre, deixei para um dia útil, não sem antes ser recebido por um grupo de policiais velados. Alguns amigos de infância identificaram o bandido e informaram endereço e nome completo, além do apelido.

De posse dos dados encaminhei para o Velado. Um deles disse tratar-se de um sobrinho de uma amiga sua que mora à rua da Bosta na altura da Vila Ivar Saldanha. Os policiais garantiram que o elemento seria preso e minhas joias devolvidas. Coisa que nunca aconteceu. Soube depois que o bandido havia feito um assalto a um ônibus e foi baleado. Ele permaneceu por mais de duas semanas no Socorrão II, onde ficou custodiado por causa do assalto ao coletivo.

Andei várias vezes pela Delegacia do João Paulo. Como o bandido era de alta periculosidade, nenhum dos meus amigos aceitou ser testemunha com medo de morrer. Mas recordo que à época publiquei o assalto e em outro momento a prisão dele exibida no programa Bandeira 2.

Mas, na semana passada, uma surpresa. O juiz Luis Carlos Dutra dos Santos, da 6ª Vara Criminal, após recomendações que ele considera como “digno Promotor de Justiça” acatou o arquivamento do inquérito “em face de não haver quaisquer indícios de autoria e materialidade delitiva”.

E mais: “Vez que não havendo comprovada a tipicidade do delito, não há a possibilidade de oferecimento da denúncia no caso em apreço”. Que absurdo! Talvez, só haveria prova de que houve a prática do assalto se o bandido tivesse cravado a faca no meu pescoço. Lamentável! Mais um bandido que continua fazendo vítimas e com homicídios nas costas, inclusive de um militar.


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