Jornalista Décio SáJornalista Décio Sá

No afã de elucidar rapidamente o assassinato do blogueiro e jornalista Décio Sá, executado no dia 23 de abril do ano passado, a polícia que investigou o caso cometeu atrocidades, forjou e manipulou depoimentos, além de grampear jornalistas, blogueiros, amigos chegados da vítima e, pasmem os leitores, até Silvana Sá, esposa de Décio Sá.

Em relatório reservado, a que o blog teve acesso, consta que cinco dias após a morte de Décio Sá, no dia 28 de abril de 2012, a polícia grampeou cerca de 72 telefones, pertencente a um total de quase 40 pessoas, após pedido de autorização judicial.

A Polícia denominou de “Blogueiros”  a operação desastrada e sem nenhum resultado concreto que pudesse levar aos mandantes do crime pela via do grampo e mirou como alvo alguns jornalistas, blogueiros, o telefone do próprio Décio Sá que estava em poder dos delegados, o telefone fixo da residência da vítima e o celular da viúva, além de alguns suspeitos.

O que chama a atenção no relatório reservado é a omissão de outros suspeitos no crime  e o grampo aos telefones da viúva que, naquele momento de dor, estava na mira da polícia como suspeita. Que loucura! Onde pretendia chegar a polícia? Amigo pessoal da vítima, o então vice prefeito de Barra do Corda, que conversava com Décio ao telefone no momento da execução, também foi grampeado.

O monitoramento aconteceu do dia 28 de maio a 30 de junho do mesmo ano de 2012, extrapolando o prazo estabelecido por lei, que pode viciar as provas pelo descumprimento legal, além  do uso de métodos incompatíveis com o Estado Democrático de Direito.

A mim pouco importa se meu telefone esteve grampeado naquele período, pois o meu aparelho já passou até por grampos federais para identificar as minhas fontes de informações e tem sido comum minha vida sendo bisbilhotada vez por outra pela polícia, políticos e empresários. Sinal de que o blog incomoda e nada de anormal acharam contra minha vida pessoal ou profissional.

Mas me preocupa a forma como tentaram jogar no mesmo nível, na mesma vala, profissionais da imprensa e bandidos. Nenhum dos jornalistas ou blogueiros grampeados foi indiciado.

Exatamente por causa da pressa para responder à sociedade o crime de que foi vítima o jornalista, que o capitão PM, mais conhecido por Fábio Capita, creio hoje que tenha sido injustiçado. Confrontei hoje todos os depoimentos e a pressa do desembargador Froz Sobrinho  pela soltura do militar.

Contradições e mais contradições permeiam as investigações e os depoimentos.  E fica aqui a preocupação  de que sejamos forçados a acreditar que Décio Sá não foi assassinado, mas cometeu um suicídio e ninguém foi julgado para pagar pelo crime.


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