Laudo deve ser enviado ainda nesta sexta-feira ao ministro Edson Fachin

POR JAILTON DE CARVALHO

BRASÍLIA – O Instituto Nacional de Criminalística já concluiu a perícia sobre a gravação de uma conversa entre o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS. Os peritos estariam agora apenas fazendo revisão de texto para evitar erros ortográficos ou imprecisões de estilo. O laudo deve ser enviado ainda nesta sexta-feira ao ministro Edson Fachin, relator do inquérito aberto para investigação o suposto envolvimento do presidente com corrupção, organização criminosa e obstrução de justiça.

Segundo uma fonte que acompanha o caso de perto, a tendência da perícia é confirmar que não houve edição do diálogo entre Temer e Batista. Para os peritos, as “descontinuidades” em alguns trechos da gravação não teriam comprometido o conteúdo da conversa. O ataque a qualidade da gravação era uma das principais estratégias da defesa de Temer. Sem condições de negar o encontro de Temer com Batista, nem mesmo o conteúdo do diálogo travado entre os dois, advogados do presidente resolveram levantar dúvidas formais sobre a gravação.

Na conversa, Batista fala sobre a compra de um procurador da República, a manipulação de dois juízes federais e o pagamento de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro. O suborno sistemático seria uma forma de impedir que os dois fizessem acordo de delação. Batista diz ainda que, com o ex-ministro Geddel Vieira Lima fora de circulação, precisaria de um novo interlocutor. Temer indica o ex-assessor Rocha Loures.

Batista pergunta, então, se poderia tratar de “tudo” com Loures. “Tudo” responde Temer. Munido da gravação e outros documentos, Batista fez um acordo de delação premiada para delatar Temer e Loures, entre outros políticos. Depois da conversa de Temer com Batista, Loures entrou em cena, tratou de decisões e cargos estratégicos com o empresário e, não demorou muito, acabou sendo filmado correndo pelas ruas de São Paulo com uma mala com R$ 500 mil recebida de Ricardo Saud, operador da propina da JBS.

A propina seria a primeira parcela de um suborno que, ao longo de 25 anos, ultrapassaria a casa dos R$ 600 milhões. Em depoimento ao Ministério Público Federal, Saud disse que o dinheiro seria para Temer. Interrogado pela Polícia Federal, Batista reafirmou que o dinheiro seria para o grupo de Temer. A perícia é importante, mas não chega a ser considerada essencial pela Procuradoria-Geral da República. Para investigadores, outras provas já seriam suficientes para oferecer denúncia contra Temer e Loures.


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