O jornal Correio Brasiliense fez uma longa entrevista com Fernando Segóvia (foto abaixo), que tomou posse hoje como novo Diretor Geral da Polícia Federal. Ele diz que Sarney talvez não queria que ele estivesse na cadeira hoje e que seria um dos seus algozes na escolha. Afinal, Segóvia era superintendente da PF quando filho, nora e neta de Sarney foram indiciados pela PF no Maranhão.

O novo Diretor Geral da PF teve que mostrar recibos e contrato de aluguel de uma casa escolhida em uma imobiliária em São Luís por causa de boatos de que a residência onde ele morou aqui na capital seria de um amigo da família Sarney,  numa insinuação barata de que teria morado de favor. Ele sabe que o boato foi espalhado por adversários internos, mas amplamente usado aqui pela turma de Flávio Dino.

Em 2006, o empresário Fernando Sarney fez um saque bancário da ordem de R$ 2 milhões para injetar na campanha da irmã Roseana a governador, mas saiu derrotada. Foi o início da operação Barrica, que apurou no Maranhão lavagem de dinheiro,  transações financeiras ilegais e obstrução de investigações federais.

No ano de 2008, no auge da operação Barriga, depois virou Faktor, Segóvia desembarcava no Maranhão, no governo de Jackson Lago, e foi exercer o cargo de superintendente da PF. Mandou que a operação contra o filho do então senador e presidente do Congresso Nacional  não parasse.

O agente Federal Aluísio Mendes ajudou Fernando Sarney e, por isso, foi grampeado. Nas conversas, Mendes orienta Fernando e fala de todos os passos dos agentes da PF no monitoramento ao dono da Mirante e seus familiares. Ele não foi punido, virou secretário adjunto de Segurança, mais tarde titular da pasta de Segurança e hoje deputado federal.

Muito antes, porém, Fernando Sarney, a mulher Teresa Sarney Murad e a filha Maria Clara foram indiciados. Fernando teve pedido de prisão decretada por formação de quadrilha e embaraçamento às investigações, mas reagiu rápido e ganhou um habeas corpus preventivo. Ele conseguiu ainda derrubar no STJ toda a ação de investigação bem elaborada pela PF.

Chamado ao Palácio do Jaburu no começo deste mês, Segóvia sabia do que se tratava, mas tinha receio de receber o veto de José Sarney, que foi chamado para uma conversa com o presidente Témer e convencido pela nova indicação.

Portanto, Sarney não teve nenhuma ingerência na escolha de Fernando Segóvia como novo Diretor Geral da Polícia Federal. E a operação que resultou na apuração do desvio de R$ 18 milhões da Saúde do Maranhão, vem de outras épocas.


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