Desembargador visita área em situação de despejo e jagunços de ex-deputado tentam intimidá-lo no Maranhão
De plantão no Tribunal de Justiça do Maranhão, o desembargador Raimundo Melo (foto abaixo) esteve ontem, na quarta-feira de cinzas, dia 14, de surpresa em uma área ocupada por pessoas carentes em São José de Ribamar e ficou surpreso com a presença de jagunços contratados pelo ex-deputado estadual Alberto Franco, que se diz dono do local. Ainda na noite de ontem ele concedeu uma cautelar defendida pela Defensoria Pública do Estado e suspendeu o despejo que estava marcado para hoje, dia 15.
Abaixo parte da decisão e o relato de quem presenciou a tentativa de intimidação:
“Registre-se, por oportuno, que antes desta decisão, este Plantonista, com força policial apócrifa, tomou a necessária cautela de ir até o local objeto do conflito e conhecer a área questionada e as pessoas que ali residem.
E, ao chegar, notou-se o medo e a desconfiança das pessoas que ali estavam, sentimentos estes típicos de pessoas em conflitos agrários, aliados a presente onipotência do ora Requerido que lá se encontrava, inclusive já preparando o terreno com maquinário para o iminente cumprimento da reintegração de posse ora questionada.
Ademais, quando ali me encontrava, misteriosamente, surgiram 3 ou 4 carros favoráveis ao Requerido, cujos ocupantes muito se assemelhavam à seguranças por ele contratados, com o objetivo exclusivo, ao que parece, de assustar este Magistrado.
Se isso não fosse suficiente, posteriormente a chegada dos citados veículos, imediatamente começaram a estourar fogos de artifícios para, muito provavelmente, denunciar a presença deste Magistrado e dos policiais que lhe acompanhavam.
Ora, se esse Magistrado, com o apoio de força policial foi subjugado pelo Requerido, imagina-se os assentados da Comunidade Engenho que estão a sofrer toda sorte de dissabor e risco por permanecer em uma área cuja propriedade está sendo questionada.”
(Desembargador Raimundo Melo, TJ MA, na noite de 14.02.2018)
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Parabéns ao desembargador. Pela atitude corajosa e provavelmente inédita na história da magistratura estadual. Nunca tinha ouyido falar de desembargador deixar a comodidade de seu gabinete e ir visitar área de ocupação em conflito para conhecer melhor a situação sobre a qual irá se manifestar.
Por isso que irei votar em bolsonaro pra presidente mesmo. Sou dono de propriedade invadida também e infelizmente os invasores são sempre as vítimas. Eita BRASILLL
Paulo Andrade:
Você só tem que entender a diferença entre ser legítimo proprietário e ser grileiro!!
Se você não sabe, não é votando em bolsonaro que você vai aprender.
Se ele tinha a reintegração de posse que pelo que li foi só suspensa, é porque conseguiu comprovar sua propriedade. Pior é invasor que nem documento tem. Cada uma mesmo.
Deveriam investigar os trâmites de aquisição das propriedades de Alberto Franco. Dono de cartório que é dono da metade da Raposa e de Paço do Luminar. Coincidência?
A coisa é mais séria do que eu imaginava. As 51 famílias que ocupam o local estão lá desde a década de 50. Pasmem! A ação foi julgada em primeira instância sem oitivas de testemunhas e perícia na área. Além disso, foi concedido o benefício da justiça gratuita para uma pessoa que tem mais de 5 milhões em bens (isso o que foi declarado). Sem falar que o ex-tabelião, em 2013, foi acusado de grilagem de terras nos municípios de Paço do Lumiar e São José de Ribamar. Esse nosso país é uma vergolha…
SE A ” POLÍCIA FEDERA” FISCALIZAR TODOS OS DESMEBARGADORES DO MARANHÃO, VAI ACHAR MUITAS COISAS ERRADAS TAMBÉM, PATRIMÔNIOS DE MILHÕES EM NOME DE LARANJAS, SE FOR PRA TER JUSTIÇA QUE SEJA PRA TODOS, MUITAS COISAS ERRADAS E NINGUÉM FAZEM DENÚNCIAS NA PF, SE MOSTRAR NOS BLOGS E NAS TVs, AS COISAS ERRADAS DESSE POVO, ERA BOM SE A PF FICASSE DE OLHO EM TODOSSSS…., POPULAÇÃO TEM FORÇA PRA FAZER DENÚNCIAS TAMBÉM.
Justiça do Maranhão muitas coisas erradas também, a Polícia Federal podia ficar de olho neles também, tem muitos blogs que tem provas disso, usam do poder pra intimidar o Povo, Brasília a população podem fazer suas denúncias.
Realmente você não sabe o que é grilagem.
Nem sempre ter o documento é ser o legítimo dono.
E se alguém chegasse nas terras da qual você se diz dono como sendo ele o Proprietário, com escritura lavrada e tudo? Nome disso seria grilagem. Dai porque a suspensão…
De fato, o buraco é mais embaixo: se investigar com cuidado, o ex-deputado vai em cana. Grileiro e falsificador de documentos, com a facilidade de suas mais que conhecidas relações nas entranhas do poder, abusa da impunidade. É hora de dar um basta nessa trajetória. Não é apenas esse episódio, mas tantos e tantos amplamente conhecidos . E parabéns ao Des. Mello, homem realmente correto, corajoso. íntegro.