A decisão do PSDB de entrar com três representações no Conselho de Ética contra o presidente do Senado, José Sarney (AP), levou o PMDB a declarar guerra aos tucanos.

Líder peemedebista no Senado, Renan Calheiros (AL) informou ao presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), que o PMDB decidiu responder na “mesma moeda” e também irá entrar com representações contra senadores tucanos.

Renan e Guerra trocaram telefonemas nos últimos dias. O líder do PMDB considerou que a questão virou partidária e que o caminho é adotar a mesma estratégia. Renan disse ao tucano que vai ao Conselho de Ética contra o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), considerado pelos peemedebistas como “réu confesso” por admitir ter recebido empréstimo do ex-diretor-geral da Casa Agaciel Maia e contratado um funcionário-fantasma.

“O PSDB acaba de arranjar um jeito de se livrar do Arthur porque ele vai ser processado no conselho. As acusações são mais graves do que as que existem contra Sarney. O PMDB não é partido de frouxo”, disse Wellington Salgado (PMDB-MG), senador da tropa de choque de Renan Calheiros.

O comentário no PMDB era que estava “oficializada a guerra política com os tucanos”. Segundo peemedebistas, a cúpula do PSDB foi avisada de que, numa guerra, não há “corpos apenas de um lado, mas dos dois”, uma referência indireta de que, se Sarney perder o mandato, senadores tucanos também terão o mesmo destino.

Renan e Guerra concordaram que a situação é “muito grave”. O tucano disse a Renan que não vê condições de Sarney continuar à frente da presidência, pois já não tem condições de controlar a crise e as acusações contra ele e a família.

Esse foi também o tom que senadores usaram em telefonemas para o próprio Sarney, que consideraram “muito cansado”. Na cúpula do PMDB, contudo, a ordem é resistir. Sarney afirmou aos peemedebistas que não planeja renunciar.

O PMDB cogita entrar com representação contra outros tucanos, como Tasso Jereissati (CE), que usou verba de passagens aéreas para fazer manutenção de avião particular.

Apesar da ameaça peemedebista, o PSDB -sigla que foi fundada por dissidentes do PMDB nos anos 80- entrou ontem com três representações no Conselho de Ética contra Sarney por quebra de decoro que podem resultar na cassação do mandato dele.

A primeira trata do uso irregular de recursos da Petrobras na Fundação Sarney, e a segunda, dos atos secretos. A terceira é sobre o fato de um neto de Sarney ter atuado no mercado de crédito consignado da Casa.

As representações foram apresentadas quase um mês após denúncias feitas formalmente por Arthur Virgílio.

A diferença entre denúncia e representação é que a segunda, se aceita pelo relator, já dá abertura imediata a um processo por quebra de decoro parlamentar contra o congressista.

Apesar das críticas feitas por Virgílio, o PSDB hesitou em processar Sarney porque não havia consenso na bancada. Além disso, temia-se contra-ataque contra o líder tucano.

Virgílio disse ontem que começou a devolver o dinheiro que um funcionário seu recebeu do Senado enquanto estudava no exterior, um total de R$ 210 mil que serão pagos em quatro prestações.

No Conselho de Ética, o PMDB é o partido com mais integrantes: quatro. Para fazer maioria, depende de integrantes da base aliada, que têm seis membros. Juntos, os governistas detêm dez cadeiras. O conselho tem 15 integrantes. Para aprovar um relatório recomendando a perda do mandato, é preciso metade dos votos mais um. O pedido de cassação segue para ser votado em plenário.

Com informações da Folha online

Representação gráfico do apoio a Sarney


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