Consumo de Pornografia: Um Olhar Histórico, Social e Clínico

    Por Ruy Palhano Silva, Médico Psiquiatra

    O consumo de pornografia, especialmente em formatos audiovisuais, tornou-se um dos fenômenos mais disseminados da era digital, impulsionado pelo acesso massivo à internet e pelo anonimato proporcionado pelas plataformas virtuais. Embora seja amplamente consumida e frequentemente normalizada, a pornografia levanta questões profundas sobre suas implicações históricas, sociais, culturais e clínicas, além de despertar preocupações quanto ao consumo precoce e ao potencial de vício.

    A pornografia tem raízes antigas, sendo um reflexo da sexualidade humana em diferentes culturas. Registros históricos indicam que povos antigos, como os egípcios, gregos e romanos, criaram arte e literatura com conteúdos eróticos explícitos. Exemplos notáveis incluem os murais de Pompeia, que retratam cenas sexuais, e os templos indianos de Khajuraho, conhecidos por esculturas eróticas.

    Com a invenção da imprensa no século XV, obras pornográficas começaram a circular de forma mais ampla. Durante o século XVIII, publicações como Fanny Hill (1748) foram pioneiras no gênero erótico, apesar de enfrentarem censura. No século XX, a pornografia evoluiu para filmes, revistas e, mais tarde, conteúdos audiovisuais acessíveis na internet, com a criação de plataformas como o Pornhub, que democratizaram o acesso e transformaram a pornografia em uma indústria multibilionária.

    O impacto da pornografia pode ser medido por sua popularidade global. Em 2023, o site Pornhub, líder da indústria, registrou 15,3 bilhões de acessos mensais. Em termos de consumo por país, os Estados Unidos lideram, seguidos pelo Reino Unido, Japão, França e Alemanha. O Brasil ocupa a oitava posição, sendo responsável por 4,2% do tráfego global.

    Em relação às faixas etárias, o público entre 18 e 34 anos domina o consumo, representando mais de 60% dos usuários globais. Um estudo da ESPM realizado no Brasil em 2021 revelou que o consumo começa, em média, aos 13 anos, embora pesquisas internacionais mostrem que muitas crianças têm contato com pornografia ainda mais cedo, por volta dos 11 anos.

    A divisão por gênero também apresenta mudanças ao longo do tempo. Embora os homens ainda sejam os maiores consumidores, representando cerca de 71% do público, o consumo feminino cresceu para 29% em 2022, revelando mudanças nas dinâmicas culturais e sociais em relação à pornografia.

    O consumo prematuro de pornografia é uma das questões mais preocupantes do fenômeno. Crianças e adolescentes frequentemente têm contato com material pornográfico antes de desenvolverem maturidade emocional e sexual, o que pode causar distorções na percepção sobre relacionamentos e sexo.

    Estudos apontam que o consumo precoce pode gerar, hipersexualização precoce: crianças expostas à pornografia tendem a desenvolver um interesse sexual antes do esperado para sua idade, impactos na autoestima: adolescentes podem se comparar de forma negativa aos padrões irreais retratados na pornografia, gerando inseguranças, condicionamento neurológico: a exposição repetida a estímulos pornográficos intensos pode criar padrões de comportamento viciantes e dificultar o prazer em experiências sexuais reais.

    O consumo de pornografia pode se transformar em um comportamento compulsivo, conhecido como vício em pornografia. Este fenômeno é caracterizado pela incapacidade de controlar o uso, mesmo diante de consequências negativas. Estudos mostram que entre 3% e 6% da população global apresenta sintomas de dependência pornográfica. No Brasil, uma pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul revelou que 20% dos consumidores regulares relatam dificuldade em reduzir ou interromper o consumo.

    Além dos resultados clínicos e psicológicos, o consumo de pornografia tem efeitos sociais e culturais como a normalização da violência sexual: estudos mostram que cerca de 88% das cenas em vídeos pornográficos incluem comportamentos agressivos, o que pode distorcer a percepção sobre autorização e promover a banalização de práticas violentas, afetando nas relações interpessoais e a compreensão do consentimento.

    Os vídeos pornográficos são, atualmente, o formato mais consumido devido à sua capacidade de proporcionar estímulos visuais e auditivos intensos. Diferentemente de textos ou imagens, os vídeos criam uma experiência imersiva, o que pode aumentar o impacto emocional e o potencial de dependência.

    A indústria pornográfica, consciente dessas características, investe em tecnologias como realidade virtual (VR) e inteligência artificial para criar experiências cada vez mais envolventes. Contudo, essa busca por estímulos crescentes pode intensificar os riscos de vício, principalmente entre jovens que já possuem cérebros mais suscetíveis à dopamina liberada durante o consumo.

    O consumo de pornografia é um fenômeno complexo, com raízes históricas profundas e impactos que se estendem por dimensões pessoais, sociais e culturais. Embora a pornografia possa ser vista como uma forma de expressão sexual ou entretenimento, seu acesso precoce e descontrolado levanta preocupações significativas. Dados revelam o consumo em larga escala, desde idades precoces até a vida adulta, enquanto estudos apontam os riscos associados, como dependência, alterações psicológicas e problemas sociais.

    Compreender o impacto da pornografia é essencial para promover uma discussão aberta e embasada sobre sexualidade, saúde mental e educação. Políticas públicas e iniciativas educacionais devem ser implementadas para conscientizar a população sobre os riscos do consumo descontrolado e para mitigar os efeitos negativos de um fenômeno que permeia, silenciosamente, a sociedade contemporânea.

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    População precisa colaborar com a limpeza em Paço do Lumiar

    Muito tem sido as reclamações em relação a coleta de lixo no município de Paço do Lumiar, no entanto, a Prefeitura de Paço do Lumiar, por meio da Secretaria de Infraestrutura e Urbanismo (Semiu), intensificou seus trabalhos visando manter o município limpo, fazendo a coleta de lixo, limpeza, varrição, capina e desobstrução dos canais, mas a população precisa colaborar.

    Os serviços de manutenção e limpeza estão funcionando regularmente, entretanto parecem não existirem, já que as pessoas, sem consciência ambiental, continuam jogando lixo e entulho em qualquer lugar.
    O Poder Público tem feito a sua parte, cuidando da logística de limpeza dos resíduos, oferecendo pontos adequados e coleta diária para que a população não faça o descarte irregular de lixo.

    Para que esse serviço alcance o máximo de êxito, a Prefeitura precisa que os munícipes também façam sua parte, colocando seu lixo da maneira correta – em locais adequados e em horários próximos aos da passagem dos caminhões coletores. Essa atitude cidadã colabora para agilizar a retirada do lixo das ruas, mantendo a cidade mais limpa, organizada e saudável.

    O descarte correto evita que animais rasguem as sacolas e espalhem o lixo pelas ruas, evitando a poluição do meio ambiente e prevenindo acidentes e doenças. Por isso, a Administração Municipal mais uma vez reforça o pedido para que as pessoas dispensem seu lixo e entulho de maneira adequada. Precisamos da colaboração de todos para fazer de Paço do Lumiar um lugar melhor para se viver.

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    Carta a Maquiavel e Montesquieu

    Carlos Nina

    Ilustres senhores. Tenho duas notícias para lhes dar: uma boa e uma ruim. Como em carta não posso esperar pela opção da ordem em que as querem receber, vou começar pela ruim: acreditei em vocês, desde os bancos escolares, passando pelos cursos de graduação, pós-graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado, este último em sua terra, Nicolau. Citei-os em minha dissertação de mestrado e em inúmeros artigos e ensaios.

    Agora a notícia boa: descobri, finalmente, que as teorias de vocês não passavam de obra de ficção, senão um engodo muito bem elaborado. Talvez nem tanto, se lido com atenção, com o leitor ciente do fato de que os protagonistas são seres humanos. Outra opção seria reconhecer tratar-se de psicografia de desencarnados de outros planetas, onde as ideias propostas e projetadas sejam viáveis. Na Terra, não dá. Nem deu, nunca, como recentemente confirmou o mais novo dono da verdade, Yuval Noah Harari, em sua obra “Sapiens – Uma breve história da humanidade” (26 ed. Porto Alegre, L&PM, 2017).

    Deixei-me seduzir pelo idealismo do discurso de vocês, defendido com entusiasmo por meus professores, e acreditei que o Estado fosse realmente uma ideia inteligente. Até foi, mas não voltada para organizar a sociedade e propiciar serviços para atender a todos. Acreditei também, meu caro Charles-Louis, na divisão do Estado em três poderes – um para legislar, outro para administrar e um terceiro para dirimir conflitos.

    Eu deveria ter percebido bem aí, exatamente nesse terceiro poder. Já previa conflitos. Você imaginou um poder cujos protagonistas estariam acima dos outros. Como também aí os personagens seriam humanos, era natural que a esperteza inventasse uma forma de minar esse poder, com uma casta privilegiada, que estivesse livre da burocracia de concursos e requisitos morais.

    As ideias de vocês eram boas, mas para um lugar onde as pessoas tivessem educação, elevado nível de conscientização moral, compatíveis com a convivência saudável, a fraternidade. Mas não poderia dar certo onde a população estivesse contaminada pelos vermes da corrupção, porque eles se multiplicariam e dominariam tudo e o Estado, com seus poderes assim dominados, só a eles serviria.

    Alan Grespan, ex-presidente do Banco Mundial, em entrevista publicada na Folha de São Paulo, já dissera nos anos 90 que isso acabaria em revolta, porque os corruptos são insaciáveis e a população é quem sofre cada vez mais as consequências dos desvios das verbas públicas que deveriam ser usadas em benefício da coletividade.

    O mais triste e desalentador, caro barão de La Brède e de Montesquieu, é constatar que no topo de sua invenção, onde já pontificaram homens honrados, para lá foram o que há de pior na espécie humana, escolhidos a dedo e comprometidos com os crimes de quem os indicou. Corruptos ambiciosos, afrontam a população praticando indignidades, exibindo sua empáfia audaciosa em esvoaçantes asas negras, que a mim só lembram o morcego que atormentava a noite do poeta Augusto dos Anjos, ao ponto de fazê-lo exclamar:

    – Que ventre produziu tão feio parto?!

    *Advogado. Pós-doutorado em Messina (IT). [email protected]

    Carlos Nina
    (98) 9 8899 8381

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    Zé Inácio realiza audiência pública sobre preservação da água

    Aconteceu nesta sexta-feira (22) na Assembleia Legislativa audiência pública em alusão ao Dia Mundial da Água. A iniciativa para o debate partiu do Sindicato dos Urbanitários em parceria com o deputado Zé Inácio.


    22 de março é Dia Mundial da Água e tem como objetivo refletir sobre o significado da água para a vida na Terra e alertar a população mundial sobre a importância da preservação da água para a sobrevivência de todos os ecossistemas do planeta.

    Uma das questões levantadas durante a audiência foi a tentativa de tornar a água uma mercadoria por meio da Medida Provisória 844, que prevê alteração do Marco Regulatório do Saneamento para priorizar empresas privadas na aquisição das concessões municipais para exploração dos serviços de abastecimento de água.

    Os problemas enfrentados pela população maranhense no acesso a água e saneamento básico também foram debatidos.

    Em sua fala Zé Inácio destacou a importância do debate, tendo em vista que a água é um elemento fundamental para preservação das vidas e não pode ser tratada como mercadoria. “Não se pode permitir a privatização do acesso a água. Já é uma realidade que alguns municípios fazem concessão do uso da água para algumas empresas privadas, gerando lucro para poucos e direito negado para muitos”, disse.

    Estiveram presentes Carlos Rogério Presidente da Caema, Adriana Ferreira, representando a Cut, Breno Pessoa, representando a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Fernando Antônio, representando o Sindicato dos Urbanitários, o Deputado Wendel Lages, Ronald Damasceno representante da Assemae e  Joel presidente da CTB.

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    Dia Internacional da Síndrome de Down

    Em 21 de março comemora-se o Dia Internacional de Síndrome de Down, cujo objetivo é conscientizar a população sobre a inclusão e promover a discussão de alternativas para aumentar a visibilidade social das pessoas com Síndrome de Down.

    Mais Informações neste site: http://www4.planalto.gov.br/…/21-de-marco-dia-internacional…

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