Quando a gente acompanha a evolução da Covid-19 no Brasil, os números confirmam que a doença está se espalhando pelo país. E agora, a maioria dos casos está fora das capitais.

A primeira morte por Covid-19 no Brasil foi confirmada no dia 17 de março, em São Paulo. Onze dias depois, o país chegava a cem mortes. De cem para mil mortes, foram 13 dias. Chegamos a 10 mil mortes no dia 9 de maio. Em apenas 12 dias, esse número dobrou. Mais 12 dias e batemos a marca de 30 mil mortes por coronavírus. Nesta quinta (11), nove dias depois, passamos das 40 mil mortes.

O novo coronavírus já está presente em 81% dos municípios brasileiros. E a doença está avançando cada vez mais para as cidades menores. Até o início de maio, a maioria dos casos tinha sido registrado nas capitais. Um mês depois, a situação se inverteu, quase 60% dos casos registrados do início da pandemia até quarta (10) foram confirmados fora das capitais.

Os grandes centros urbanos ainda respondem pela maior fatia no total de óbitos, mas isso também está mudando. No Pará, por exemplo, a maioria dos óbitos ocorreu fora de Belém. E outros estados do país também passam por movimento semelhante. Nas mortes registradas na quarta (10), mais da metade ocorreu fora das capitais.

De acordo com especialistas, a chegada da pandemia às menores cidades era inevitável. Mas eles defendem que o alto número de casos e de mortes deve ser enfrentado com ações coordenadas, aproveitando os bons exemplos de localidades que conseguiram frear a contaminação.

“Nós temos um número de pessoas nas ruas infectadas que têm contato com outras, que vão para o interior e levam a doença para os interiores. O distanciamento social ainda é a única ferramenta que nós temos para a contenção da doença. Investir na atenção básica, investir na atenção primária, é ela agora que vai, na verdade devia ter sido incluído lá atrás, mas é ela agora que vai está recebendo, digamos assim, a descentralização da doença e ela precisa investir no sistema de saúde, precisa receber investimento para aplicar em investigação. Esse é um fenômeno: investigação para fazer busca de contatos, com oferta de diagnóstico para ao identificar tentar conter os novos surtos, entre aspas, que vão chegar nos interiores”, destaca Wildo Navegantes de Araújo, professor de epidemiologia da UNB.

O médico epidemiologista Antônio Lima Neto, que integra o comitê científico que assessora os governadores do Nordeste, diz que é preciso ampliar a testagem. “O futuro nesse momento ele tem um quê de imprevisível, por exemplo, porque nós não temos, por exemplo, um monitoramento de testagem, hoje nós dificilmente conseguimos rapidamente entender qual o nível de testagem que está sendo feito nas diferentes unidades da federação. Eu não sei exatamente se determinada unidade da federação de fato não tem casos de Covid ou está em descendência ou se isso ocorre pelo fato da testagem ser menor. A previsão ela é baseada sobretudo na capacidade que a gente tem de olhar para o presente, então se a gente não tem capacidade de ver direito o presente, como fazer uma previsão adequada para o futuro?”, destaca.


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