João Melo e Sousa Bentiví

Médico, jornalista, advogado, professor universitário, músico, escritor, poeta e doutorando em Ciências Empresariais (Universidade Fernando Pessoa – Porto/Portugal).

Voltei ao jornalismo político, na semana anterior, pelo BLOG DO CARDOSO que, diga-se, tem uma fantástica penetração popular. Ao ler depois, no blog, alguns comentários sobre a matéria escrita – O Fator Roseana – fiquei muito feliz, inclusive porque me mostraram que o mundo não sobrevive sem beócios e que as pessoas de bom senso e inteligência sempre sobreviverão, apesar deles existirem.

O beócio tem o direito de viver e ser suportado, o diabo é quando esse tipo de sujeito parte para a adulação deslavada e para a agressão sem propósito, em regra incensada por interesses subalternos e inconfessáveis. Mas vamos ao que interessa e adianto que essa análise deveria ser guardada para ser lida no futuro.

A sucessão de São Luís fervilha e a propaganda oficial do prefeito Holandinha é de uma clareza absoluta. Diz, sem permeios:agora, com a ajuda do governador, o prefeito começa a trabalhar.

Não precisa ser inteligente para entender que o setor de comunicação, pelo menos nessa afirmação é verdadeiro e poderia afirmar, a mesma coisa, de uma maneira mais clara. Atenção, cidadão de São Luís, o prefeito Holandinha, após dois anos e seis meses de férias, agora resolveu trabalhar. Bacana, só que ninguém informou na campanha que o prefeito passaria quase três anos na inanição administrativa. Esse pormenor, à luz da razão, é estelionato eleitoral.

Como o governador Dino está no meio de qualquer discussão política, volto minha análise para o momento de formação do seu governo. Alguns auxiliares eram esperados, outros surpreenderam, outros caíram fora antes de sê-lo, mas o fato mais inusitado não apontava para o governo estadual, e sim para a sucessão de São Luís.

Ao chamar Bira do Pindaré e Neto Evangelista para auxiliares, a condição dita pública e sem meias palavras era que os dois assumiam o compromisso de não serem candidatos a prefeito, ou seja, ficariam no governo, governo que àquela altura fazia uma escolha. Ora, se o governo já escolhia Holandinha e Neto e Bira eram auxiliares do governo, os dois, se entende, naquele instante assumiam, orgulhosamente, a condição honrosa de cabos eleitorais holandeanos. Uma honra (para eles e deixem-me rir!!!), creio.

O que nem o governador e nem ninguém, àquele momento, imaginava era a inapetência administrativa e falta de comando do jovem prefeito. Político tem senso de possibilidade apurado. O desgoverno de Holandinha disse a todos, que todos poderiam pensar em sucedê-lo. Nesse todos estou incluso.

Aí, Bira e Neto sentiram no âmago o tamanho da burrada de celebrar casamento, com a noiva em férias na Tailândia. Em linguagem mais comum, um beco sem saída ou com saídas absolutamente conflituosas.

Inicialmente, há de se reconhecer se tratar de dois políticos jovens. inteligentes e de futuro promissor, só que poderiam, se não tivessem comido o “frito de Esaú, agora pensar em ser Jacó. Por “frito de Esaú” entenda-se a armadilha dinista de tirá-los do páreo. Tirou d eles aceitaram. Holandinha espera que sejam homens de palavra, que cumpram a palavra, que assumam serem políticos de nova estirpe… que sejam cabos eleitorais.

Poderiam ser candidatos ainda? Todo político sabe que há verdades políticas que não suportam uma alvorada. Imaginemos, pois, Neto e Bira candidatos. O que poderia significar?

Um: Os deputados, vendo que Holandinha não vinga, rompem com o chefe Dino e se lançam, quem sabe numa dobradinha NETOBIRA OU BIRANETO (parece até dupla sertaneja);

Dois: Caso houvesse o rompimento, estariam desde já em rota de colisão com o governador e sabem todos, muito mais eles, que o governo não digere muito bem oposição e desobediência;

Três: O lançamento dos dois poderia ser de comum acordo com o governador. Sinceramente não acredito. O governador Dino não passa a imagem de quem usa esse tipo de subterfúgio, mas se o governador Dino não disser nada, não reclamar de nada, poderia ser entendido como acordo por baixo dos panos e o abandono do inclemente Holandinha (nesse caso, todos estariam de olho no comportamento do Dino);

Quatro: o lançamento dos dois, com acordo ou sem acordo, produz um defunto político: Holandinha. O povo e, principalmente a classe política, entenderá, sem esforço algum, que Holandinha só tem uma réstia de futuro, se o governo do estado estiver com ele monoliticamente. Em verdade, mesmo assim a situação é difícil, asfalto e tapa buraco não são remédios para a incompetência.

Concluindo, olhando os jovens deputados Neto Evangelista e Bira do Pindaré, a sensação que tenho é que politicamente são órfãos políticos. Faltou um pai experiente para impedi-los de assumir duas secretarias sem relevância, sem importância e sem força, por nada. Muito melhor estariam no parlamento e, quem sabe, a caminho da prefeitura. Agora resta o choro, a lamúria e a tristeza. O tempo perdido, ninguém recupera. Como se diz costumeiramente, oportunidade é careca, se você deixa passar, não pode puxá-la pelos cabelos. No dizer de minha avó, “babau cachimbo de pau”!


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