A Folha de São Paulo publicou uma matéria mostrando que os delatores que depuseram na Operação Lava Jato apresentaram versões diferentes em suas declarações sobre cinco dos 28 políticos acusados de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.

As contradições surgiram nos depoimentos contra o senador e ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão e a ex-governadora Roseana Sarney, ambos do PMDB.

Veja a matéria da Folha na íntegra abaixo:

Levou ou não levou propina? Essa dúvida persegue cinco dos políticos investigados pela Operação Lava Jato por causa de contradições nos depoimentos de dois delatores do caso. Os investigados são os senadores Edison Lobão (PMDB-MA), Humberto Costa (PT-PE) e Lindbergh Farias (PT-RJ), a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB-MA) e o ex-ministro Antonio Palocci (PT).

O ex-diretor Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, que se tornaram delatores para obter uma pena menor, apresentaram versões contraditórias sobre suposto o suborno entregue aos cinco.

Enquanto Costa cita em depoimentos prestados após acordo de delação premiada que eles receberam propina do esquema de desvios da Petrobras, o doleiro rebate que não fez esses repasses.

Ao perceber o descompasso entre as versões, os procuradores da força-tarefa da Lava Jato em Brasília chegaram a colher novos depoimentos dos delatores.

No caso de Palocci, porém, os dois delatores mantiveram suas afirmações e essa é a contradição que mais preocupa os investigadores. Costa contou ter ouvido de Youssef que o ex-ministro ou um emissário dele procurara o doleiro para pedir R$ 2 milhões para a campanha de Dilma Rousseff (PT), em 2010. Segundo Costa, posteriormente o próprio doleiro teria feito o repasse.

Youssef nega os dois fatos: a versão de que fora procurador por Palocci e a entrega dos valores.

Os procuradores que cuidam dos inquéritos de políticos já cogitam uma acareação entre Costa e Youssef para dirimir as divergências.

“O Palocci entrou gratuitamente nessa história”, diz o advogado José Roberto Batochio, que defende o ex-ministro. Segundo ele, Palocci nunca conversou com o Costa ou o Youssef sobre assunto de qualquer natureza.

Costa também diz ter recebido dois pedidos de Lobão, de R$ 1 milhão em 2008 e R$ 2 milhões em 2010. Este valor seria usado na campanha de Roseana ao governo do Maranhão, e Youssef cuidou do pagamento, ainda segundo o executivo.

Youssef nega ter feito esse pagamento. Sugere que outro doleiro ou alguma empresa possa ter entregue os recursos a Roseana.

No caso de Lobão, há discrepâncias sobre quem pagou e onde teria sido realizada a reunião para o acerto. Inicialmente, Costa citou o gabinete do ministério de Minas e Energia. Num segundo depoimento, mencionou a casa do ex-ministro.

Ouvido em fevereiro sobre a divergência, Costa admitiu que pode ter se enganado sobre a participação de Youssef apenas em relação ao repasse de 2008.

O advogado de Roseana e Lobão, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirma que as incongruências podem ter sido resultado de pressão sobre Costa para delatar políticos famosos. “Uma parte dessas delações deve ser anulada por causa de ilegalidades, como a ausência de espontaneidade. A sorte é que ainda há Justiça em Brasília.”

O relato de que uma empresa contratada pela Petrobras, e não o doleiro, cuidou do pagamento foi apresentado por Lindbergh Farias em entrevista à Folha no último domingo (8).

Lindbergh diz que procurou Costa na Petrobras para ajudá-lo a levantar R$ 2 milhões para a sua campanha ao Senado, em 2010. O executivo conseguiu que a Andrade Gutierrez fizesse uma doação legal de R$ 2 milhões.

Doações legais, segundo os procuradores da Lava Jato, eram uma das formas de suborno usadas pelas empreiteiras.

O senador Humberto Costa diz que os procuradores “estão tentando criminalizar as doações legais”. O procurador-geral, Rodrigo Janot, cita doações legais a Costa, feitas por empresas investigadas na Lava Jato, no pedido de inquérito que foi instaurado pelo Supremo. O ex-diretor diz que um amigo do senador pediu R$ 1 milhão, entregues pelo doleiro, mas Youssef refuta essa versão.


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